A primeira convocação de Carlo Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira foi finalmente anunciada, trazendo consigo uma série de novidades, surpresas e algumas ausências notáveis. Em um momento histórico para o futebol brasileiro, Ancelotti mostrou que pretende implementar uma filosofia própria, mesclando nomes consagrados com jovens promessas que se destacam no futebol mundial e nacional.

Neste artigo, vamos destrinchar cada escolha do treinador, comentar sobre os atletas que ficaram de fora — com destaque para Neymar — e analisar o que essa lista indica sobre o futuro da Seleção Brasileira.

Goleiros: Estreia de Hugo Souza

Começando pelos goleiros, Ancelotti manteve a base com Alisson (Liverpool) e Bento (Al-Nassr), mas surpreendeu ao convocar Hugo Souza, atualmente no Corinthians. Essa é a primeira vez que o jovem goleiro é chamado para defender a Seleção, um reconhecimento ao bom momento vivido no clube paulista. A antecipação dessa novidade já havia sido comentada antes do anúncio oficial, e agora se confirma como um dos grandes destaques desta convocação.

Laterais: Novidades e Justiças

Entre os laterais, Alexsandro, do Flamengo, foi chamado, embora haja quem não concorde com sua presença. Na lateral direita, a novidade fica por conta de Alexsandro Ribeiro, do Lille, reforçando a tendência de Ancelotti apostar em atletas que atuam na Europa.

Na lateral esquerda, Carlos Augusto (Internazionale) foi lembrado, e muitos consideram essa convocação mais do que justa. Ao lado dele, outros nomes conhecidos como Danilo (Flamengo) também marcam presença, mesmo com algumas críticas à sua convocação. Além disso, a lista inclui Léo Ortiz (Flamengo), um nome que representa a força defensiva do futebol brasileiro.

Zagueiros: Renovação e Consistência

Entre os zagueiros, a lista de Ancelotti inclui Beraldo, que não vinha sendo convocado nas últimas listas, mas agora ganha sua oportunidade, e Marquinhos, do Paris Saint-Germain, titular absoluto e peça chave da defesa brasileira.

Outro nome que chama atenção é o de Vanderson, do Mônaco, que fecha o grupo de laterais e zagueiros. Vale ressaltar que Ancelotti está levando dois laterais direitos e dois esquerdos, optando por Danilo como uma alternativa também para a zaga.

Meio-Campo: Retornos e Estreias

No meio-campo, algumas novidades e retornos animam a torcida. Andreas Pereira volta a vestir a camisa da Seleção, agora defendendo o Fulham, na Inglaterra. Já Andrey Santos, atualmente no Strasbourg, impressiona com seu desempenho e recebe sua merecida chance.

Outros nomes que seguem firmes são Bruno Guimarães (Newcastle) e Casemiro (Manchester United), jogadores que Ancelotti conhece muito bem devido à sua experiência no futebol europeu. Além deles, Gerson (Flamengo) aparece na lista, mesmo com uma lesão recente que gerou algumas dúvidas sobre sua convocação.

Ataque: A Era Sem Neymar

O ataque traz o que talvez seja a maior surpresa: a ausência de Neymar. O craque brasileiro está se recuperando de lesão e, segundo o próprio Ancelotti, ainda não está pronto fisicamente para voltar aos gramados. A ausência de Neymar marca o início de uma nova fase na Seleção, onde outros nomes terão que assumir o protagonismo.

Apesar disso, a linha ofensiva conta com jogadores de muita qualidade, como Antony (Manchester United), que retorna após um bom período afastado, e Endrick, do Palmeiras, uma das grandes promessas do futebol mundial.

Outros destaques incluem Gabriel Martinelli (Arsenal), Matheus Cunha (Wolverhampton), Raphinha (Barcelona), Richarlison (Tottenham), além de Vinícius Júnior e Rodrygo, ambos do Real Madrid. Vale ressaltar que Rodrygo, apesar da convocação inicial, também se encontra lesionado e, assim como Neymar, não estará à disposição.

A Polêmica Ausência de Neymar

Durante a coletiva de imprensa, Ancelotti foi questionado sobre a ausência de Neymar. O técnico italiano fez questão de ressaltar a importância do craque para a Seleção, afirmando que "todo mundo sabe que Neymar é um jogador muito importante, sempre foi e continuará sendo". No entanto, destacou que, no momento, o atacante está em processo de recuperação e não pode ser convocado.

Além de Neymar, outros jogadores importantes estão fora por questões físicas, como Rodrygo, Gabriel Jesus, Joelinton, Éder Militão e Ederson. Ancelotti lamentou as ausências, mas se mostrou confiante de que esses atletas voltarão a integrar o grupo em futuras convocações.

A Nova Dinâmica de Ancelotti

Ancelotti deixou claro que seguirá uma dinâmica já conhecida, mantendo um grupo equilibrado entre jogadores que atuam no Brasil e no exterior. Ao todo, sete atletas convocados atuam no futebol brasileiro: Danilo, Alexsandro, Léo Ortiz, Wesley, Gerson, Estevão e Endrick. O restante da lista é composta por jogadores que brilham em clubes europeus, muitos dos quais Ancelotti conhece profundamente, tendo treinado ou enfrentado em diversas competições.

Estratégia: Mais Zagueiros, Menos Laterais

Outro ponto que chamou a atenção foi a escolha de Ancelotti em levar Danilo como zagueiro, mesmo sendo tradicionalmente um lateral direito. Isso demonstra uma preocupação tática, visando ter opções versáteis para diferentes esquemas de jogo, sem sobrecarregar determinadas posições.

Além disso, o técnico optou por dois laterais direitos e dois esquerdos, com Danilo funcionando como uma espécie de coringa defensivo.

O Futuro da Seleção Brasileira

Essa convocação inaugura oficialmente a era Ancelotti na Seleção Brasileira e deixa clara a intenção do técnico de renovar a equipe, sem abrir mão da experiência de alguns veteranos. O grupo mescla juventude e talento, com jogadores como Endrick e Andrey Santos, a solidez de Casemiro e Marquinhos, além da criatividade de Vinícius Júnior e Rodrygo — quando recuperados.

O técnico também se mostrou aberto ao diálogo, explicando cada uma de suas escolhas e deixando claro que conta com Neymar para o futuro, mas respeitando seu momento de recuperação.

Considerações Finais

A primeira convocação de Carlo Ancelotti aponta para um ciclo promissor e desafiador para o Brasil. A mescla de jovens talentos com jogadores consolidados mostra que o treinador pretende preparar uma Seleção competitiva não só para as próximas competições, mas também para o futuro a médio e longo prazo.

Enquanto Neymar segue fora, o time terá que aprender a jogar e vencer sem seu maior astro, dando espaço para o surgimento de novos protagonistas. Resta agora aguardar os próximos jogos para ver como essa nova Seleção Brasileira se comportará em campo sob o comando do vitorioso técnico italiano.